A abordagem desse tema é conveniente ao esclarecimento de umas das questões que mais atrai olhares interessados na doutrina espírita.
Primeiramente devemos colocar de lado a nossa vaidade, pois se o Criador tendo organizado o mecanismo reencarnatório, nos privou da lembrança direta das vidas passadas, devemos no mínimo respeitar esse sistema e compreender que isso possui um propósito.
Pois bem, estamos fadados à reencarnar indefinidamente?
Não! E esse raciocínio nos leva à ideia principal. Por que reencarnamos?
O Criador, pai de todos e igualmente justo, bom e sábio, não deseja nos punir de nossos erros, mas simplesmente nos dar quantas oportunidades forem necessárias, pois, não existe condenação eterna. Num comparativo bem simples, um pai que ama seu filho não irá querer vê-lo sofrendo em razão de punição, mas sim, fundamentalmente que ele aprenda e não caia novamente nas enganações de seu próprio ego. Logo, como podemos acreditar que o que é perfeito, seja menos piedoso e amoroso, que nós, humanos ainda cheios de imperfeições?
Estamos fadados sim, à evoluir continuamente até a perfeição, e para a condição de espíritos puros, só há um caminho, aquele que reúne: verdade, caridade e amor. O único espírito realmente puro que andou pela Terra, Jesus, nos deixou uma mensagem plena desses três argumentos, resumindo-os ao amor, incondicional e imparcial ao próximo.
Mas infelizmente, o nosso egoísmo e todas as nossas más tendências, retardam a nossa marcha ao progresso, e nós adquirimos dificuldades em seguir os fundamentos deixados pelo Cristo.
E se toda essa escória, que normalmente apontamos quando visíveis, julgando e condenando, cheios de razão, nada mais fosse que um espelho de nosso passado? Você teria compaixão de nossos irmãos que incidem no erro? Não incentivo aqui a complacência e a inércia diante de verdades que fazem mau à sociedade, mas incentivo aqui a autocrítica verdadeira.
Não é necessário que procuremos, pois na borda de nossos corações, usando de sinceridade, veremos o quanto de errado ainda está arraigado em nossas almas. Seja tão piedoso no julgamento de seus irmãos quanto é com seu próprio.
Se hoje somos melhores do que já fomos em alguns momentos de nossa jornada evolutiva, é porque o Criador nos deu e dá oportunidades iguais de correção, para todos, de igual valor e intensidade, proporcional ao que se deve ser compreendido. Assim adicionamos um contrapeso à “balança do universo”, que desequilibramos quando incorremos no erro, desde os menores aos mais onerosos.
Reencarnamos quantas vezes necessário para quitar as dívidas passadas, pois nada passa despercebido diante dos olhos do Criador, e se erramos teremos o direito e o dever de aprender, seja hoje, amanhã ou em outra vida. O mecanismo nunca é punitivo, sempre educativo.
A reencarnação é o caminho mais rápido para a perfeição quando bem aproveitada.
Existe uma grande quantidade de irmãos desencarnados na expectativa de uma oportunidade de vir para cá, e muitas vezes começar ainda a pagar seus débitos. Além de termos essa chance única, ainda estamos em um momento que o esclarecimento está em toda parte, sem limitações, e de fácil acesso a todos. Portanto, não desperdicemos esse precioso momento. Para melhorar, é preciso começar...e porque não hoje?
